O sucesso da Comunicação Organizacional está na escolha do D… Defina o seu!
2022/04/27 in Incentivos
Comunicação é um dos termos mais vulgarmente utilizados pelas sociedades contemporâneas, alvo de múltiplos estudos, que abarca diversas vertentes, presente em variados níveis e espelhada em tudo o que nos rodeia. Mas saberemos realmente o que é comunicar?
Objetivamente podemos definir comunicação como transmissão de informação. Desde o início dos tempos que esta troca de informação se revelou essencial para a vida em sociedade, instrumento de integração, instrução e desenvolvimento. O processo de comunicação consiste na transmissão de uma mensagem entre um emissor (que a transmite) e um recetor (que a interpreta), através da utilização de um canal (meio pelo qual circula a mensagem).
Olhando para uma organização, temos necessariamente de perceber que a comunicação é o princípio condutor do comportamento organizacional, que resulta da interação entre os membros. Assim, se desejamos uma construção ou reestruturação duradoura que promova a eficiência e eficácia organizacional, temos necessariamente que nos focar na comunicação, quer a nível individual, quer a nível grupal.
“Suponha que nós fossemos capazes de compartilhar significados livremente sem o desejo compulsivo de impor a nossa própria visão ou nos adequarmos às visões dos outros e sem distorção nem autoilusão. Isto não constituiria uma revolução na cultura e eventualmente na sociedade?”
David Bohm, Changing Consciousness, 1992
Desafio-o a perceber, identificar e (re)definir o seu D da comunicação:
Discussão » Quando se discute o objetivo passa por chegar a uma conclusão que não era conhecida antes do início da discussão. A principal característica da discussão é que, na troca de ideias, o fator emocional sobrepõe-se ao fator racional, sendo desde logo uma alavanca para o surgimento de mal-entendidos, desentendimentos e rancores. Neste aspeto, é crucial o desenvolvimento da chamada inteligência emocional do indivíduo, ou seja, a capacidade de gerir as suas próprias emoções e as emoções do outro. A pretensão de controlar alguém não passa de uma ilusão. No entanto, escolher como será a nossa reação perante a postura do outro torna-se essencial para o sucesso de uma conversa.
Debate » No final de um debate existe sempre um vencedor e um perdedor. Os participantes posicionam-se, argumentam, avaliam, criticam e julgam as ideias contrárias. No debate demarcam-se posições, separam-se as partes, descartam-se ideias “vencidas”, atinge-se o sucesso pela capacidade de convencer os outros de uma ideia que se entende ser a certa. Antes do início do debate já existe uma opinião e um posicionamento, reina a competição e o esforço de cada um tem como objetivo primordial atingir o fim a que se propôs: a cessação da oposição, não pelo entendimento mas pela rendição do “adversário”.
Diálogo » O Diálogo é cooperativo e não competitivo. Procura uma tríade nos seus resultados: melhorar a comunicação; partilhar experiência; produzir novas ideias, perceções e significados. Permite que a interação entre os vários membros se dê sem que existam necessariamente juízos de valor, análises comparativas, discordâncias ou concordâncias. O diálogo promove a união ao invés da separação de ideias. Impulsiona a construção de uma rede de pensamentos que permite alargar significados, construir reflexões conjuntas e, em última instância, educar o automatismo Concordo-Discordo. Este automatismo resulta da nossa tendência em fragmentar ao invés de integrar, pelo que todas as interações vindas do outro são inevitavelmente comparadas com as nossas ideias e referências preconcebidas. Assim, o diálogo surge como um desafio: seremos capazes de suspender – ainda que temporariamente – as nossas convicções e mudar a perspetiva, olhar de outro ângulo, pensar “fora de caixa”?
Importa referir que Discutir, Debater e Dialogar são formas complementares de conversar. Não existe um padrão ideal ou linearmente adequado. Torna-se necessário sim que tenhamos noção da nossa posição, postura e atitude em cada situação, podendo conscientemente optar pelo D que nos traz maior significado.
Porém, é preciso não desprezar o Diálogo. Pelo contrário, é imprescindível utilizá-lo como forma de percecionar no pensamento do outro um instrumento de ampliação da nossa visão. Cada um contribui com o melhor de si, somam-se conhecimentos, busca-se o consenso.
No diálogo organizacional a ideia é “falar com os trabalhadores” e não “falar para os trabalhadores”. Essa interatividade reforça a intimidade e reduz a distância entre os membros da organização. É necessário instalar uma cultura genuinamente interativa.
O Diálogo é a comunicação transparente.
Existe diálogo na sua organização?
Fabiana Fão - Coordenadora Shift-Up Skills
(Formação | RH | Incentivos à Contratação)